Optimist: A História
Por Henrique Lyrio Albuquerque BRA 3545
Junho de 2019
Saudações marinheiros! Como vocês sabem, há uma certa coisa que une a todos nós, e é esse maravilhoso esporte, a vela. E o que é que utilizamos para desfrutar desse amor, dessa conexão? Os barcos. Mais do que simples veículos, grandes portadores de amor e sonhos, conquistas e desafios. E agora falarei de um certo barco muitíssimo especial. Ele mesmo, o Optimist, nosso amado “caixotinho”, como dizem alguns. Todos vocês sabem como é um optimist. O casco de fibra, os equipamentos, a vela e etc. Mas o que vocês não sabem, é como ele chegou até essa forma. Suas origens, dados interessantes e etc., que lhes contarei de forma resumida aqui, neste relato, que entitulei como “Optimist: A História.”
Optimist: a história

Após observar os barcos, o dinamarquês Axel Damsgaard resolveu levar alguns modelos para a Europa. Após algumas ligeiras modificações, o Op logo se espalhou também pelo Velho Continente.
No ano de 1960, os designs tanto europeu quanto americano foram padronizados, até que em 1995, foi decidido um rígido design único, que é aquele dos nossos Op’s de hoje em dia. Sendo que, em agosto de 1965 foi fundada a associação internacional da classe, a IODA (International Optimist Dinghy Association).
Hoje em dia, várias fabricantes de barcos já surgiram, muitas delas extremamente conhecidas por nós. Aqui alguns desses “produtores de sonhos”: WINNER OPTIMIST; OPTI-X; NAUTIVELA; BLUEMAGIC; RIOTECNA; entre outros.
O OPTIMIST NO BRASIL

Nos anos 70,e enfim, nossos amados caixotinhos chegam ao Brasil. E o mérito disso vai para três pessoas em especial. George Bungner, Castelo Branco e Sibile Buckup. Sibile teria organizado a classe, enquanto os outros dois executaram com primor a tarefa de divulgar o barco pelo país.
George “descobriu” o barco quando voava como um comandante pela Varig, e viu algumas crianças em Miami velejando no então chamado PRAM, que também foi levado para a Inglaterra e modificado, e essa versão europeia é que se tornaria o verdadeiro Optimist. Empolgado, ele resolveu trazer alguns desses barcos para o Brasil, que empolgado, queria lançar um novo esporte para crianças de quase qualquer classe econômica, pois o barco nada tinha de muito sofisticado.
Então, já aqui, em parceria com Castelo Branco, na época diretor de vela do Caiçaras, no Rio de Janeiro, eles começaram a trabalhar para o início da nova classe, principalmente no quesito da divulgação. (Segundo George, Castelo se considerava o “pai” do Op no Brasil.)

E é também nesta época que surge Sibile, que então se torna a primeira Secretária Nacional da Classe Optimist, cargo que ocupou por três anos. Com ela, a classe finalmente conseguiu obter uma boa organização, e hoje conta com mais de mil barcos registrados, embora menos da metade esteja realmente ativa. E logo no primeiro Campeonato Brasileiro, em 1973, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, já competiram 120 barcos! E esse sucesso seria ainda maior na edição seguinte, com 150 barcos participando! A classe havia chegado para ficar.
O OP EM SI.
Como todos já sabem, o Optimist é um barco recomendado para crianças e jovens de 7 a 15 anos, com não mais do que 60kg. Isso se deve ao seu formato retangular e a proa plana, o que impede velocidades extremas. O Optimist é também característico por sua vela do tipo carangueja e o fino cilindro fechado que em diagonal prende a vela trapezoidal, a espicha, também conhecida como pique.
Obviamente, ele não seria recomendado para crianças tão novas se não fosse essa segurança, e é essa característica, além de sua estabilidade e seu preço acessível(mais barato do que alguns smartphones dos dias atuais), que o fazem uma das classes da vela mais difundidas pelo mundo.
Média das dimensões
- Tipo de vela: Vela do tipo carangueja
- Comprimento total: 2,34m
- Largura: 1,13 m
- Peso: 35 kg
- Área vélica: 3,25m²
- Tripulação: 1 Pessoa, de 25kg a 60Kg
Nos próximos parágrafos, falarei um pouco sobre as transformações sofridas por partes específicas do barco.


O símbolo da classe, presente na vela, é formado pelas letras I e O sobrepostas, por causa da IODA.
PERFORMANCE E O FUTURO:
Como velejadores de Op podem ser bem pequenos/leves(tipo, 25kg), estes utilizam uma vela bem pequena se comparada com outras classes, portanto, aqueles maiores e mais pesados (40 kg ou mais) podem passar a sentir problemas em, velejar nele, pois o barco fica apertado, e surgem maiores dificuldades para competir em ventos mais fracos, o que pode tornar as regatas meio maçantes.O outro problema com Optimists é que eles não têm qualquer sistema de drenagem e sua cabine aberta torna mais fácil encher-se com água, em ventos fortes e grandes ondas.

Por isso, a grande maioria dos velejadores, após deixarem o Op, passam a velejar em classes da vela jovem, como o Laser, o 29er e o 420. Depois de correr no Optimist, na Nova Zelândia, é comum que os marinheiros progridam para a classe P, projetada localmente, e para o Starling dinghy ‘ s. Há também aqueles com parentes e/ou amigos que possuem barcos grandes, e rumam para a vela oceânica, além da opção exclusiva nossa, aqui no Brasil. Para aqueles que buscam mais a diversão do que o profissionalismo, há sempre a Classe Dingue a espera.
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Pai do Pipe e um apaixonado por tecnologia, cloud, start ups e marketing digital... E lógico, como a inovação pode revolucionar mercados. Ainda por cima... louco pelo mar, Iatismo/Vela e tudo que está conectado a familia, meu maior amor e prioridade.
Excelente ; bem escrito e muito útil pela quantidade de dados pesquisados .
Tenho muito orgulho do meu neto Henrique !
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